A Grande Depressão (Crise de 1929)

Tempo de leitura: 6 min

em Junho 21, 2021

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A Grande Depressão (Crise de 1929)

A Crise de 1929 também chamada de a Grande Depressão

Nesse Mapa Mental, eu apresento um resumo de uma parte do livro Macroeconomia, de Olivier Blanchard que fala sobre a grande Depressão ou a Crise de 1929.

Mapa Mental A grande Depressão (Crise de 1921)

Veja esse vídeo até o final para ver a explicação desse Mapa Mental completo.

Vídeo A grande Depressão (Crise de 1921)

Blanchard comenta que um dos temas importantes neste livro é de que, embora as economias passem por flutuações no curto prazo, elas tendem a voltar ao normal no médio prazo. Um choque adverso pode levar a uma recessão, mas a economia recupera-se com rapidez e o produto volta a seu nível natural. É isso o que ocorre na maioria das vezes. Mas as vezes as coisas não vão bem. O produto permanece muito abaixo de seu nível natural por muitos anos. O desemprego permanece teimosamente alto. Colocando de maneira simples, a economia parece presa, incapaz de voltar ao normal.

A Grande Depressão

O pior caso sem dúvida é o da Grande Depressão, que afetou a maior parte do mundo do final da década de 1920 ao início da Segunda Guerra Mundial. Normalmente o termo depressão é usado para descrever uma recessão profunda e prolongada.

Em 1929, a taxa de desemprego dos Estados Unidos era de 3,2%. Em 1933, havia crescido para 24,9%! Um em cada quatro trabalhadores estava procurando emprego. Somente nove anos mais tarde, em 1942, é que a taxa de desemprego voltou para 4,7%.

A queda inicial dos gastos

Relatos populares frequentemente dizem que a Grande Depressão foi causada pelo colapso da bolsa de valores em 1929. Nem tanto. Uma recessão já havia efetivamente começado antes do colapso, e outros fatores desempenharam um papel relevante posteriormente na Depressão.

No entanto, o colapso foi importante. A bolsa de valores disparou de 1921 a 1929. Os preços das ações subiram muito mais rápido do que os dividendos pagos pelas empresas — e, como resultado disso, a razão dividendo – preço (a razão entre os dividendos pagos por uma ação e o preço da ação) caiu de 6,5%, em 1921, para 3,5% em 1929. Em 28 de outubro de 1929, o índice de preços da bolsa de valores caiu de 298 para 260. No dia seguinte, caiu ainda mais, para 230. Isso representou uma queda de 23% em dois dias e uma queda de 40% em relação ao pico do início de setembro. Em novembro, o índice havia caído para 198. Uma breve recuperação da bolsa de valores no início de 1930 foi seguida de quedas adicionais dos preços das ações à medida que a profundidade da depressão se tornava cada vez mais clara para os participantes da bolsa. Em junho de 1932, o índice despencou para 47, atingindo o fundo do poço.

É possível que o colapso de outubro de 1929 tenha sido causado pela súbita compreensão de que uma depressão estava a caminho? Não havia notícias econômicas importantes nessa direção em outubro. É quase certo que a fonte do colapso tenha sido o fim de uma bolha especulativa. Investidores que compraram ações a preços elevados, antecipando aumentos de preços adicionais no futuro, apavoraram-se e tentaram vender suas ações. O resultado foi uma grande queda dos preços.

O Colapso

O colapso não só diminuiu a riqueza dos consumidores, como também aumentou sua incerteza quanto ao futuro. Inquietos pelo colapso e sentindo incerteza quanto ao futuro, os consumidores e as empresas decidiram ver como as coisas evoluiriam e adiaram as compras de bens duráveis e de bens de investimento. Houve, por exemplo, uma grande diminuição das vendas de automóveis — o tipo de compra que pode ser adiada facilmente — nos meses imediatamente posteriores ao colapso. A produção industrial, que havia caído 1,8% de agosto a outubro de 1929, caiu 9,8% de outubro a dezembro, e caiu outros 24% de dezembro de 1929 a dezembro de 1930.

A Recuperação

A recuperação teve início em 1933. Exceto por outra queda acentuada da taxa de crescimento do produto em 1937 (veja a Tabela 22.1), o crescimento foi consistentemente elevado, apresentando uma taxa média anual de 7,7% de 1933 a 1941. Os macroeconomistas e os historiadores econômicos estudaram, no entanto, a recuperação muito menos do que o declínio inicial. E muitas questões ainda permanecem em aberto.

Um dos fatores que contribuíram para a recuperação está claro. Após a eleição de Franklin Rooscvelt, em 1932, houve uma mudança na política monetária e um aumento acentuado do crescimento da moeda nominal. De 1933 a 1941, o estoque nominal de moeda cresceu 140% e o estoque real de moeda cresceu 100%. Esses aumentos resultaram de aumentos da base monetária, e não do multiplicador monetário. Christina Romer, historiadora econômica de Berkeley, argumentou que, se a política monetária tivesse permanecido inalterada de 1933 em diante, o produto teria sido 25% menor do que efetivamente foi em 1937, e 50% menor do que foi em 1942. Esses são números muito grandes. Mesmo se acharmos que esses números superestimam o efeito da política monetária, a conclusão de que a política monetária desempenhou um papel importante na recuperação ainda é, sem dúvida, garantida.

O papel de outros fatores, dos déficits orçamentários ao Novo Contrato — que foi o conjunto de programas implementado pelo governo Roosevelt para tirar a economia dos Estados Unidos da Grande Depressão —, é bem menos claro.

Um dos programas do Novo Contrato destinava-se a melhorar o funcionamento dos bancos por meio da criação da Seguradora Federal de Depósitos (Federal Deposit Insurance Corporation — FDIC), para garantir os depósitos à vista e evitar corridas aos bancos e falências bancárias. E, de fato, houve poucas falências bancárias após 1933.

Outros programas incluíram programas de auxílio e de obras públicas para desempregados e um programa administrado pela Administração da Recuperação Nacional (National Recovery Administration — NRA), para garantir uma “concorrência bem-comportada’ na indústria. Os economistas em geral concordam que esses programas tiveram poucos efeitos diretos sobre a recuperação. Mas alguns argumentam que os efeitos indiretos desses programas — particularmente a percepção do compromisso do governo de tirar a economia da depressão — foram importantes para mudar as expectativas em 1933 e nos anos seguintes.

Resumindo

Sobre a Grande Depressão nos Estados Unidos:

  • A taxa de desemprego aumentou de 3,2% em 1929 para 24,9% em 1933.
  • A causa inicial desse aumento do desemprego foi um grande deslocamento adverso da demanda, ocasionado pelo colapso da bolsa de valores em 1929 e pelo aumento resultante da incerteza sobre o futuro.
  • O resultado do alto desemprego foi uma grande deflação de 1929 a 1933.
  • O efeito favorável da diminuição do nível de preços sobre o estoque real de moeda foi compensado, por uma diminuição aproximadamente igual da moeda nominal. Essa diminuição da moeda nominal deveu-se a falências bancárias e a uma diminuição do multiplicador monetário. O principal efeito da deflação foi um grande aumento da taxa real de juros, levando a uma diminuição adicional da demanda e do produto.
  • A recuperação começou em 1933. O crescimento médio do produto de 1933 a 1941 foi alto, de 7,7% ao ano. O desemprego diminuiu, mas foi igual a 4,7% em 1942, Em contraste com as previsões da curva de Phillips, a deflação mudou para inflação de 1934 em diante, apesar de uma taxa de desemprego muito alta.
  • Muitas questões permanecem acerca da recuperação. O que está claro é que o alto crescimento da moeda nominal, levando a um alto crescimento da moeda real, foi um fator importante na recuperação.

Fonte: Livro Macroeconomia, Olivier Blanchard, 5a Edição

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